D. Afonso VD. Afonso V, o “Africano”, nasceu a 15 de Janeiro de 1432, filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão, tendo falecido a 28 de Agosto de 1481. Foi o 10º rei de Portugal, entre 1438 e 1481.

Contrariamente à política centralizadora dos seus antecessores, Afonso V concedeu inúmeros privilégios aos nobres, também agradados com a sua política expansionista.

No decurso do seu reinado, foram conquistadas novas praças em Marrocos, enquanto se intensificavam as trocas comerciais.

Com a idade de 6 anos à data do desaparecimento do pai (D. Duarte), a regência fora legada à sua mãe, D. Leonor de Aragão, o que desagradou à burguesia e ao povo, cujo favorito era o infante D. Pedro, irmão de D. Duarte.

A regência viria a ser efectivamente assumida por D. Pedro em 1439, um dos príncipes mais cultos da época, com grande experiência de viagens, que teria forte influência na formação do jovem rei, seu sobrinho, para o qual transferiu formalmente o poder quanto Afonso V atingiu a maioridade, aos 14 anos, em 1446, ano em que casou com D. Isabel, sua prima.

A partir daí, as intrigas da nobreza e do clero levaram a que o rei se desentendesse com D. Pedro, culminando em 1449 na Batalha de Alfarrobeira, em que ambas as facções se defrontaram, vindo D. Pedro a morrer em combate.

O cognome de “Africano” decorre das campanhas no Norte de África, em resposta ao apelo do Papa Calisto III à cruzada, na sequência da queda de Constantinopla em 1453 e consequente avanço turco na Europa; em 1458, conquistou Alcácer Ceguer e, em 1471, Arzila e Tânger, passando então a usar o título de rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África.

Ambicionaria ainda o trono castelhano, visando a união das coroas ibéricas, vindo contudo a ser derrotado na Batalha de Toro, em 1476. Pretendeu então abdicar a favor do filho (o futuro D. João II), partindo para a Terra Santa; regressaria um ano depois, retomando o trono.

Viria a renunciar definitivamente aos direitos à coroa castelhana em 1479, pelo Tratado de Alcáçovas.

O seu reinado fica assinalado pela protecção das artes e das letras, tendo ainda sido publicadas as Ordenações Afonsinas, a primeira compilação de leis do reino.

(Imagem via Wikipédia)

Bibliografia consultada:

– “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004

– “D. Afonso V”, por Saul António Gomes, colecção Reis de Portugal, edição do Círculo de Leitores, em colaboração com o Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa, 2006