Cronista (Évora, ? – ilha de Camarão, 9 de Junho de 1517), era filho de Rui Galvão, escrivão da puridade de D. Afonso V e notário geral do Reino. Existem várias versões sobre a data do seu nascimento, que segundo Lourenço Galvão terá ocorrido em 1438 e para outros historiadores em 1445 ou 1446. Recebeu várias missões oficiais ainda durante o reinado de D. Afonso V e foi secretário de D. João II e de D. Manuel I, que lhe confiou diversas embaixadas. Serviu entretanto no Oriente, vindo a falecer durante uma viagem, no mar da Arábia, quando seguia como diplomata para a Etiópia. Por vontade de D. Manuel I escreveu a Crónica do Mui Alto e Mui Esclarecido Príncipe D. Afonso Henriques, Primeiro Rei de Portugal (1727), obra onde nada há a destacar de notável, tratando-se de um aproveitamento da Crónica Geral do Reino de 1419, cuja autoria é atribuída a Fernão Lopes. Deixou ainda vários textos, entre os quais a Carta a Afonso de Albuquerque (publicada em 1903, no III volume das Cartas de Afonso de Albuquerque) e Carta ao Secretário de Estado António Carneiro (provavelmente escrita em 1514).

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)