D. Duarte, “O Eloquente” (nascido em Viseu a 31 de Outubro de 1391, vindo a falecer em Tomar, a 9 de Setembro de 1438), filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, foi o 11º Rei de Portugal, de 1433 a 1438 (enquanto segundo filho varão, viria a herdar o trono por morte do primogénito, infante D. Afonso, ocorrida cerca de 1400).
Armado cavaleiro em Agosto de 1415, com 24 anos, no campo de batalha da tomada de Ceuta, colaboraria com o rei seu pai durante cerca de duas décadas, desde 1411.
Defensor das letras, mandando traduzir diversos livros, organizando uma biblioteca, integrando obras adquiridas por intermédio das feitorias portuguesas no Norte da Europa, tendo ainda encarregado Fernão Lopes de escrever as Crónicas sobre os anteriores Reis de Portugal, em particular a de D. João I.
Destacou-se também como autor, nomeadamente das obras “Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela” (primeiro manual de equitação a ser publicado na Europa) e “Leal Conselheiro” (tratando as regras de ética, num tratado de sabedoria), que dedicaria à rainha D. Leonor de Aragão, com quem casara em 1428 (enlace de que frutificariam 9 filhos).
O seu curto reinado, de apenas cerca de cinco “tristonhos” anos – como que fazendo a transição entre dois reinados de mais de 40 anos, o de D. João I e o de D. Afonso V) –, foi marcado pela diplomacia, visando assegurar a preservação da independência do Reino, ao mesmo tempo que buscava a conquista de praças no Norte de África (nomeadamente após Gil Eanes ter dobrado o Cabo Bojador em 1434) e a expansão marítima Atlântica.
Com as Cortes de Santarém (realizadas em 1434), promoveu a reforma da administração pública e a compilação da legislação do Reino, tendo mandado coligir e rever as Ordenações, obra que só viria a ser concluída no reinado seguinte, do seu filho, D. Afonso V (que ficariam conhecidas como Ordenações Afonsinas).
Viria a ser tragicamente assinalado pelo desastre de Tânger, em 1437, com o seu irmão, Infante D. Fernando, a ser feito refém, vindo a morrer no cativeiro.
Na sequência das Cortes de Leiria de 1438, D. Duarte ver-se-ia compelido a sacrificar o irmão, para não devolver a praça de Ceuta, em cuja expedição de conquista participara – acompanhando o Rei, seu pai (D. João I) e os irmãos (D. Pedro e D. Henrique).
Acabaria por ser vítima da peste bubónica, ainda no ano de 1438, com 47 anos de idade, tendo entretanto deixado exarado em testamento a ordenação da libertação do irmão, em troca da entrega de Ceuta, assim como a designação da rainha D. Leonor como regente, dado que o filho, futuro D. Afonso V, contava apenas 6 anos à data do seu falecimento.
Deixaria um reino dividido entre os partidários da regente e do seu irmão D. Pedro. Repousa no Mosteiro da Batalha, nas Capelas Imperfeitas, junto à esposa.
(Imagem via Wikipédia)
Bibliografia consultada
– “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004
– “D. Duarte”, por Luís Miguel Duarte, colecção Reis de Portugal, edição do Círculo de Leitores, em colaboração com o Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa, 2005
23 Outubro 2007 at 10:49
[…] – extinguindo-se assim, automaticamente, toda a descendência de D. Afonso V -, D. Manuel (neto de D. Duarte; tendo todos os seus cinco irmãos mais velhos falecido já até 1484) viria a herdar o trono, […]
24 Outubro 2007 at 6:11
[…] Fevereiro de 1445) de 1433 a 1438. Filha de Fernando I de Aragão, em 1428 casou com o futuro rei D. Duarte, que veio a dedicar-lhe o Leal Conselheiro. Foi fiel companheira de D. Duarte e esteve presente nas […]
4 Dezembro 2007 at 12:58
[…] (?-1476), era filho de D. Duarte. No ano de 1441 passou a exercer o cargo de provincial da Ordem do Carmo e recebeu o título de […]