Vasco da GamaNavegador, terá nascido em 1468 em Sines, segundo filho de Isabel de Sodré e do fidalgo Estêvão da Gama, o qual era alcaide-mor de Sines (sendo o filho primogénito Paulo da Gama).

Dado o seu estatuto, terá começado por enveredar pela carreira eclesiástica, que viria contudo a abandonar, optando pela carreira das armas, com D. João II a confiar-lhe diversas missões navais, nomeadamente em acções contra piratas nas costas portuguesa e marroquina, tendo eventualmente comandado uma armada que, em 1492, lutou contra corsários franceses.

Em 1497 – na sequência da missão de Bartolomeu Dias, que dobrara o Cabo da Boa Esperança – D. Manuel I ordena a expedição marítima à Índia, começando por convidar Paulo da Gama para comandar a frota; este, já doente, endossa o convite ao irmão Vasco da Gama, aceitando apenas comandar uma das naus.

D. Manuel confirmaria Vasco da Gama como capitão-mor a 7 de Julho de 1497, nas Cortes de Montemor. No dia seguinte, partia de Lisboa a frota para a expedição inaugural à Índia, constituída por: nau capitânia S. Gabriel; S. Rafael (comandada por Paulo da Gama); e Bérrio (Nicolau Coelho); com Gonçalo Nunes a comandar um navio de mantimentos.

Atingiria as ilhas de Cabo Verde a 27 de Julho, após o que a frota faria uma longa inflexão em arco, para Sudoeste, afastando-se da costa africana, antes de chegar a Santa Helena (a 8 de Novembro); o Cabo da Boa Esperança seria dobrado a 18 de Novembro de 1497.

Depois da passagem por Moçambique (no início de Março de 1498), Mombaça e Melinde (Abril) – onde foi contratado um piloto muçulmano, conhecedor das rotas de navegação no Índico –, a frota comandada por Vasco da Gama atingiria a Índia (Calecute) a 20 de Maio de 1498. Regressaria a Lisboa, onde foi recebido em triunfo, no final de Agosto, já depois de o seu irmão ter entretanto falecido em escala nos Açores.

Partiria para a Índia pela segunda vez a 10 de Fevereiro de 1502, liderando uma poderosa armada, de 20 navios; viria a instalar duas feitorias em Cochim e Cananor, assim inaugurando o império português no Oriente. Regressaria ao Reino, chegando a Lisboa a 10 de Novembro de 1503.

Como recompensa pelos seus feitos, Vasco da Gama receberia em doação real a vila de Sines, para além de uma tença anual de trezentos mil réis.

Em 1519, entretanto já casado com D. Catarina de Ataíde (de quem teria sete filhos, um dos quais, Estêvão da Gama, viria a ser Governador da Índia; tendo outro, Cristóvão da Gama, sido capitão de Malaca), ser-lhe-ia ainda atribuído o título de Conde da Vidigueira.

Já sob as ordens do Rei D. João III, empreenderia ainda uma terceira expedição à Índia, agora na qualidade de (segundo) Vice-Rei da Índia, partindo a 9 de Abril de 1524.

Idoso e enfermo, viria a falecer em Cochim, na Índia, três meses depois da chegada, a 25 de Dezembro de 1524, onde começaria por ser sepultado. Depois de transladado para Vidigueira, repousa – desde o século XIX – no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

(Imagem via http://www.allposters.com/-sp/Great-Explorers-Vasco-da-Gama-Posters_i387058_.htm)

Bibliografia consultada

– “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

– “Vidas Lusófonas