Militar e cosmógrafo (1460? – 1530?). Embora existam dúvidas, é provável que tenha nascido em Lisboa e que fosse descendente de Diogo Lopes Pacheco, um dos executores de D. Inês de Castro. Ao contrário do que se pensou, Duarte Pacheco Pereira não participou na conquista de Arzila (1471) nem em Alcácer Ceguer (1458), tanto mais que nesta última ainda não teria nascido. Sabe-se que depois de 1480 navegou pela costa da Guiné, o que lhe valeu ser feito cavaleiro pelo rei, e que em 1488 se encontrava na ilha do Príncipe, de onde regressou ao reino com Bartolomeu Dias. Participou na delegação portuguesa que negociou o Tratado de Tordesilhas, em 1494, e quatro anos mais tarde D. Manuel tê-lo-á encarregado de uma secreta expedição relacionada com as demarcações do referido tratado. Partiu para a Índia com Afonso de Albuquerque, em 1503 e, um ano mais tarde, pela sua lendária defesa de Cochim, mereceu por parte de Camões, o epíteto de Aquiles Lusitano. Regressado ao reino em 1505, foi recebido por D. Manuel com grandes honras, enquanto os seus feitos eram exaltados pelo povo. Terá sido nessa altura que passou a dedicar-se à redacção do Esmeraldo de Situ Orbis, que lhe valeu ser considerado um dos expoentes da escola náutica portuguesa e um dos primeiros cientistas portugueses. Voltou a destacar-se em 1509, quando na defesa da costa portuguesa venceu o pirata francês Mondragon, apreendendo-lhe parte da frota. Em 1511 comandou uma esquadra de socorro a Tânger, regressando então a Lisboa, onde casou com a filha de um secretário de D. Manuel. Foi ainda capitão e governador de São Jorge da Mina, entre 1519 e 1522, sendo então preso e enviado para Lisboa. Não se sabe ao certo a razão deste castigo, embora alguns relatos apontem para o facto de se ter envolvido em actividades ilícitas de tráfico de ouro. Posteriormente, foi reabilitado por D. João III.
(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)
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