Agosto 2008


Viajante no Oriente (? – 1611?). De origem hebraica, foi um homem de cultura e largos bens. Um dos portugueses que mais percorreu a Ásia, durante os séculos XVI e XVII, empreendeu duas viagens ao Oriente. A primeira levou-o à Pérsia, dali seguindo para Malaca e depois para as Filipinas, de onde regresso ao reino (1601). Na segunda, dirigiu-se para Goa, regressando por Ormuz e pela Arábia, após o que atravessou o deserto até Alepo, passando ainda por Chipre e pela Itália. Fixou-se em Antuérpia, onde deu a lume as Relaciones de Pedro Teixeira (…) (1610), um relato recheado de pormenores relativos às terras orientais.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Cartógrafo (séculos XVI e XVII). Filho do cartógrafo Pêro Fernandes, foi aprovado para mestre de fazer cartas de marear, astrolábios e agulhas, em 1564. Cinco anos mais tarde, o rei nomeou-o cartógrafo oficial, passando a estar encarregado de elaborar cartas e construir instrumentos náuticos para as viagens ao Oriente. Serviu ainda no Brasil, entre 1573 e 1578, com a missão de examinar cartas do território, e nos Açores (antes de 1582). Há alguma incerteza quanto à sua participação na expedição chefiada por Belchior Rodrigues, enviada a África em 1613, como atesta um documento da época, pois um outro documento refere que o cartógrafo trabalhava numa encomenda de cartas náuticas na mesma altura. Deixou desenhos e ilustrações de numerosos mapas, que influenciaram cartógrafos portugueses e estrangeiros, embora grande parte da sua obra se tenha perdido.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Navegador (século XV). Filho do explorador Diogo de Teive, acompanhou o pai numa viagem, provavelmente realizada por volta de 1453, durante a qual efectuaram o descobrimento de duas ilhas do arquipélago dos Açores, actualmente designadas por Corvo e Flores.  Após a morte do pai, foram concedidos a João de Teive todos os direitos sobre as ilhas, posses essas até então detidas por Fernão Teles.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Navegador (século XV). Escudeiro do infante D. Henrique, a 1 de Janeiro de 1451 desembarcou na ilha Terceira, tendo sido dos primeiros colonizadores da região. Provavelmente para explorar o caminho da Índia por ocidente, em busca da passagem do Noroeste, fez duas expedições à Terra Nova. Na primeira, acompanhado pelo seu filho, João Teive, descobriu as ilhas ocidentais do arquipélago dos Açores, designadas em documentação da época pelo nome de Foreiras, ou São Tomás e Santa Iria, e depois chamadas Flores e Corvo. Não se sabe ao certo a data do descobrimento, supondo-se que os navegadores tenham efectuado a viagem por volta de 1453.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Vice-rei da Índia (1552-1616), entre 1609 e 1612. Filho do diplomata Lourenço Pires de Távora, era irmão dos guerreiros Álvaro e Cristóvão Pires de Távora, que foram fatalmente atingidos na Batalha de Alcácer Quibir (1578). Em 1576 seguiu para a Índia, ali servindo durante três anos com grande destaque. Regressado ao reino, tornou-se partidário do domínio espanhol, vindo a ser nomeado capitão das praças de Ceuta e Tânger, embora não tenha chegado a desempenhar essas funções. Recebeu entretanto o governo do Algarve e, em 1608, foi escolhido para vice-rei da Índia, onde teve que suster os ataques de holandeses e ingleses. Depois de terminar a administração, permaneceu algum tempo no Mosterior de Nossa Senhora do Cabo, em Goa, regressando a Portugal em 1613.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Governador da ilha de S. Tomé (século XVII). Nomeado para o cargo numa altura em que os holandeses punham em perigo os domínios coloniais portugueses, apelou, em vão, para o envio de socorros, acabando por ter que ceder as ilhas aos flamengos em 1641. No ano seguinte, voltou a enfrentar as forças holandesas no comando de uma expedição enviada ao golfo da Guiné, de onde conseguiu expulsar o inimigo.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Diplomata (Almada, 1510 – Caparica, 15 de Fevereiro de 1573), destacou-se igualmente como capitão e conselheiro de Estado. Foi quarto senhor da casa e morgado da Caparica. Ainda em jovem, lutou na praça de Arzila, ali ficando ferido e prisioneiro. Mais tarde, auxiliou D. João de Castro na conquista de Diu e acompanhou o príncipe D. Luís na expedição de Tunes. Regressado ao reino, inciou-se nas lides diplomáticas, seguindo para Marrocos, onde tentou, sem sucesso, uma aliança com o soberano de Fez. Foi embaixador em Castela, qualidade em que recebeu plenos poderes para substituir, em Janeiro de 1552, na cidade de Toro, o príncipe D. João Manuel na cerimónia de casamento deste com a filha de Carlos V, D. Joana. Ainda nesse ano, regressou a Lisboa na comitiva da infanta e, em 1553, seguiu para Londres, após a subida de Maria Tudor ao trono inglês, encarregado de felicitar a nova rainha e transmitir-lhe uma proposta de casamento com o príncipe D. Luís, projecto que não se veio a concretizar. Nomeado embaixador junto da Santa Sé, recebeu novamente uma difícil tarefa, sendo desta vez incumbido de fazer eleger o cardeal D. Henrique para o conclave em que acabou por ser eleito Pio IV. Apesar do fracasso, o tacto e a habilidade do embaixador permitiram-lhe obter 15 votos para o candidato português, tendo, posteriormente, alcançado diversos sucessos diplomáticos em Roma. Durante a crise política que opôs D. Catarina ao cardeal D. Henrique, manteve a fidelidade a este último, sendo por ele nomeado capitão-mor de Tânger, em 1564. Regressado ao reino dois anos depois, já durante o governo de D. Sebastião, foi mal recebido na corte e, em 1569, acabou por se recolher ao Mosteiro dos Capuchos, que fundara em 1558.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Fidalgo e militar (1 de Outubro de 1703 – Lisboa, 13 de Janeiro de 1759). Foi terceiro conde de Alvor, título recebido por linha paterna, sexto conde de São João da Pesqueira e terceiro marquês de Távora, obtendo estes últimos pelo casamento, em 1718, com D. Leonor Tomásia de Távora (1700-1759), sua prima. Foi governador da praça de Chaves, tornando-se vice-rei da Índia entre 1750 e 1754. Teve uma notável acção na Índia, não só através das conquistas de várias fortalezas, como no domínio comercial, trazendo grandes vantagens aos portugueses. Pelo seu prestígio, e possivelmente por sentir que o rei D. José não demonstrava o devido apreço pelos seus feitos no Oriente, tornou-se o fulcro da oposição da nobreza ao governo do marquês de Pombal. O atentado contra D. José, a 3 de Setembro de 1758, proporcionou a Pombal o ensejo de se vingar, fazendo executar, depois de um monstruoso processo judicial e horrendas torturas, tanto o marquês de Távora, como a esposa e os seus dois filhos, além de outras personalidades, como o duque de Aveiro. Por sentença de 1781, a família Távora foi declarada inocente.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Vice-rei da Índia (?, 1646 – Moura, 31 de Maio de 1710), de 1681 a 1686. Foi primeiro conde de Alvor, título que recebeu em 1683. Em 1668, ainda na juventude, foi nomeado governador de Angola, numa altura em que a anarquia imperava naquela colónia. Apesar das difíceis condições, brilhou durante o seu governo, demonstrando grande tacto e cautela, o que lhe valeu a alcunha de menino prudente. Além da pacificação do território, foi o responsável pela organização de uma companhia de Cavalaria, pela reconstrução da fortaleza de S. Miguel e pela fundação de um hospital em Benguela. Manteve-se no cargo até 1676, mas a sua administração também ficou marcada por uma grave derrota das tropas portuguesas face aos indígenas, em 1670. Após o regresso ao reino, ascendeu a vice-rei da Índia, onde chegou em Setembro de 1681. A sua administração não foi coroada pelo brilhantismo de anteriormente e, sem forças suficientes para se opor à poderosa invasão dos maratas, en 1683 depositou o bastão de vice-rei na urna de São Francisco Xavier, confiando-lhe a protecção do território. Chegado a Portugal, foi regedor das Justiças e presidente do Conselho Ultramarino, ascendendo a general em 1701. Com o eclodir da Guerra da Sucessão de Espanha, participou na campanha da Beira (1704), vindo a receber o comando das Armas do Alentejo, três anos mais tarde. Ocupava este cargo quando faleceu durante a tentativa de conquista de Moura.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

Militar (Lisboa, 1548 – Alcácer Quibir, 4 de Agosto de 1578). Irmão do fidalgo Álvaro Pires de Távora, acompanhou o pai, Lourenço Pires de Távora, numa missão diplomática a Roma (1559) e nas lutas em Tânger (1564), onde se destacou como cavaleiro. Mais tarde, tornou-se valido de D. Sebastião, acompanhando o jovem monarca na jornada de 1573 por terras do Alentejo e do Algarve, na primeira ida ao Norte de África (1574) e na Conferência de Guadalupe (1576), aquando do encontro do rei português com Filipe II de Espanha. Já conhecido pela bravura e destreza, membro da nobreza de estirpe tão necessária aos projectos de D. Sebastião em Marrocos, ainda em 1574 foi nomeado estribeiro-mor, dois anos depois conselheiro de Estado e, finalmente, camareiro-mor do rei. Em 1577, foi uma das vozes que tentaram dissuadir o Desejado de fazer a expedição a Marrocos, mas no ano seguinte lutou em Alcácer Quibir, onde, quando já era certo o desastre, ainda tentou que D. Sebastião se rendesse.

(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

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